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Livro da Semana | Mentirosos, E. Lockhart

  • Laurinha
  • 25 de abr. de 2016
  • 4 min de leitura

Olá povo lindo! Aqui é a Laurinha que vos fala, e hoje vamos trazer o primeiro post de Livro da Semana aqui no blog. Antes de começar, vou dar uma introdução nessa categoria, que vai funcionar assim: toda semana, de preferência no início dela, eu ou a Glimmer (ou as duas) vamos escolher um livro pra dar destaque e fazer uma crítica/ resenha dele. Nada impede de fazermos críticas de outros livros, claro.

Então, o livro escolhido dessa semana é Mentirosos, da escritora norte-americana E. Lockhart. Sem spoilers, galera!

Título: Mentirosos (We Are Liars no original)

Autora: E. Lockhart

Editora: Seguinte

Páginas: 272

Sinopse:

Os Sinclair são uma família rica e renomada, que se recusa a admitir que está em decadência e se agarra a todo custo às tradições. Assim, todo ano o patriarca, suas três filhas e seus respectivos filhos passam as férias de verão numa ilha particular. Cadence – neta primogênita e principal herdeira –, seus primos Johnny e Mirren e o amigo Gat são inseparáveis desde pequenos, e juntos formam um grupo chamado Mentirosos. Cadence admira Gat por suas convicções políticas e, conforme os anos passam, a amizade com aquele garoto intenso evolui para algo mais.

Mas tudo desmorona durante o verão de seus quinze anos, quando Cadence sofre um estranho acidente. Ela passa os próximos dois anos em um período conturbado, com amnésia, depressão, fortes dores de cabeça e muitos analgésicos. Toda a família a trata com extremo cuidado e se recusa a dar mais detalhes sobre o ocorrido... até que Cadence finalmente volta à ilha para juntar as lembranças do que realmente aconteceu.

Sou meio suspeita para falar desse livro, pois é um de meus favoritos. A Editora Seguinte fez um bom trabalho na tradução e diagramação, e ele tem uma capa metálica muito linda. Quando comprei não esperava muito dele, mas acabei me surpreendendo tanto com o formato desse livro, quanto com a trama que nos envolve e nos faz pensar.

Os Sinclair são uma família muito rica, que todos os verões vão para Beechwood, sua ilha particular. Cadence, conforme cresce, começa a perceber com a ajuda de seu amigo Gat, que quando vão para aquela ilha, tudo fica sob uma bolha. Os problemas não existem. Eles fingem ser perfeitos.

Os problemas começam antes do acidente que Cadence sofre no verão dos 15 anos. Aos seus 8, quando sua tia começa a namorar um homem indiano e o traz com seu sobrinho para passar as férias junto de sua família branca e rica, as questões sociais já começam a ser abordadas. O que eu acho muito interessante é que nós podemos observar Gat, o sobrinho indiano, crescendo e formando sua personalidade com base no preconceito que sofre principalmente por parte do avô de Cadence, Harris. O tema social e racial é abordado de uma forma tão casual pelo menino, e mais que isso, de uma forma que ele mesmo entende o lado daquela família, embora não concorde, então podemos ver isso de uma forma bem próxima.

Mais tarde, a tensão familiar se acentua quando Tipper, avó da Cadence, morre, deixando uma parte da herança que começa a ser disputada de forma cruel e egoísta pelas três filhas. Os Mentirosos; Mirren, Johnny, Cadence e Gat, por estarem entrando na adolescência e ter ao seu lado Gat, uma visão de fora daquela situação, vêem aquilo de forma crítica, e se recusam a ajudarem as mães tentando agradar o avô para conseguir toalhas de mesa, jóias e outros itens banais.

Mas então Cadence sofre um acidente, sendo encontrada desacordada na beira do mar, o foco se torna outro. Ela se esquece o que aconteceu, e fica afastada da ilha por um ano, lidando com fortes dores de cabeça e depressão. Nesse tempo, ela procura várias formas para se sentir melhor, menos parte daquela família mesquinha. Pinta seus cabelos loiros de preto, doa grande parte de suas coisas. No verão dos 17 anos ela volta, com a intenção de se lembrar do que aconteceu naturalmente, pois não importava quantas vezes sua mãe dissesse a verdade, a tensão pós-traumática vinda do acidente a fazia esquecer e trazia mais dores de cabeça. Eu tenho sérias tendências a sentir atração por tramas que envolvem problemas psicológicos, pois é um certo desafio para o leitor entender o que se passa. E. Lockhart soube muito bem formar Cadence e sua depressão de forma que pudéssemos compreendê-la.

Chegando na ilha, Cadence é bem-recebida por seus primos, embora as coisas estivessem estranhas e ficassem mais estranhas com o passar do tempo. O que será que aconteceu? Por que ninguém fala nada?

Isso eu deixo para vocês se perguntarem e irem descobrir lendo o livro.

Antes de começar a história, temos um mapa da ilha Beechwood e a árvore genealógica da família, que eu achei bem interessante e nos ajuda na leitura. A escrita é impecável, devo dizer. Poética, enigmática, metafórica, romântica em alguns casos. Nos deixa livres para imaginar e até presumir coisas, o que acaba trazendo um desafio ao descobrir o final, que é surpreendente. Cadence escreve poesia e contos com uma leveza que me encanta. É um livro para se ler mais de uma vez, com certeza. Na primeira, se deixando levar, lendo com prazer, e em uma outra, se atentando aos detalhes, pois quando o livro acabar algumas perguntas com certeza surgirão em sua cabeça. Eu criei a minha interpretação, mas acredito que há espaço para outras duas ou três.

Sendo assim, acho que não posso dar outra nota senão 5! 5 vaquinhas, aliás... XD


Espero que gostem, leiam o livro e, quando lerem, venha conosco debater esse final enlouquecedor clicando AQUI para ir ao fórum especial para os fãs de Mentirosos no site da Editora Seguinte (eu acho isso maravilhoso).

É isso pessoaaaal! Beijos e até a próxima!

Laurinha

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